Nesse artigo você verá:
- Para que serve o onboarding
- Como os 4 Cs te ajudam
- O que não funciona
- 8 dicas práticas que funcionam
- Quem pode te ajudar nisso
- Resumo para quem não leu
Muita preguiça? Esse vídeo meu aqui resume bem:
Pra quê serve o processo de onboarding de um novo colaborador?
Pra você, a resposta pode parecer óbvia, mas eu te garanto que ela não é. Faz quase uma década que eu trabalho com isso e posso te garantir: pouquíssima gente sabe o que está fazendo na hora de integrar um novo funcionário.
Em geral, o que as empresas fazem é montar um bolinho de PowerPoint e passar vários minutos contando a história emocionada de como a empresa foi fundada e cresceu, os produtos, um organograma com um monte de nomes e, eventualmente, um guia de boas práticas. Se você é da indústria, normas básicas de segurança e compliance também entram na cabeça do novo contratado nesse momento.
A justificativa? Ah! Ele precisa conhecer “a cultura da empresa”.
Gente, cultura se faz no dia a dia, nos processos de gestão de pessoas, no contato com os colegas, nas atitudes. Além disso, é possível dar uma boa noção da cultura da empresa durante o processo de integração de novos colaboradores sem precisar falar sobre tudo isso.
Onboarding é uma trilha de aprendizado sistematizada para garantir que o colaborador irá conseguir entrar no ritmo e se sentir confortável o quanto antes.
“A principal métrica de um bom onboarding é o tempo que aquele colaborador leva para ganhar a eficiência que era esperada pelo dono da vaga.”
Dá para ter outras métricas? Sim, dá. Redução de turnover nos primeiros 90 dias, melhoria do clima da empresa, diminuição da quantidade de tempo com processo seletivo, etc.
A questão é que essas outras métricas a gente pode resolver de outro jeito. Não precisaria de uma trilha estruturada de onboarding.
Os puristas que me perdoem, mas é verdade. E é por isso que talvez você não goste desse texto. Nós não criamos esse conteúdo no ChatGPT, ou estamos reproduzindo o que outros Blogs dizem por aí. Estamos falando a real, de como um processo de onboarding precisa ser de acordo com ciência da aprendizagem, experiência em gestão de pessoas e bom senso.
Desvantagem: você vai demorar mais pra ler e vai dar mais trabalho do que um slide com a história da empresa.
Vantagem: você vai fazer história na sua empresa.
Como fazer um onboarding? Os 4Cs podem te ajudar a estruturar o processo de integração.
Se você for pesquisar, vai descobrir os 4Cs do Onboarding: Conformidade, Clareza, Cultura e Conexão.
Inclusive, temos um vídeo e um artigo sobre eles. Você encontra aqui:
Se estiver com preguiça, eu resumo pra você: Como qualquer experiência de aprendizagem – e é isso que o onboarding é – ele precisa começar definindo objetivos.
- Contextualizar cultura e valores: para que o colaborador seja capaz de analisar situações no dia a dia e tomar decisões alinhadas com o que a empresa espera dele.
- Compreender impactos: permitir que o colaborador entenda como o trabalho dele afeta outras pessoas e o resultado final da empresa, ajudando-o a pensar criticamente e co-criar soluções.
- Sustentabilidade e autonomia: apresentar os caminhos para tirar dúvidas e acessar informações, tornando o processo sustentável e autônomo.
- Acolhimento e empatia: gerar conexão genuína com os objetivos e motivações pessoais do colaborador, para que ele se sinta empoderado e seguro para avançar.
Mas só saber isso não é suficiente.
Não é um processo de onboarding: O que não funciona
Só jogar um monte de informação sobre a empresa na cara do colaborador no primeiro dia não vai fazer isso acontecer. Claro que é importante falar da história da empresa, mas o como contar essa história é o que importa.
Foque em exemplos práticos de valores que você deseja que o colaborador replique no dia a dia. Ao apresentar produtos, em vez de detalhar todas as linhas, explique a solução geral da empresa e o problema que vocês resolvem, estimulando a pesquisa ativa.
Não dê tudo de mão beijada. Algum esforço é necessário e quanto mais o colaborador participar da construção da própria integração, melhor.
E isso é escalável, juro. Veja abaixo como. 😉
Tá, mas como fazer o onboarding eficiente então?
Vamos começar pelo que é mais fácil. Divida o onboarding de novos funcionários em pelo menos duas etapas:
- Teórica: com informações globais que se repetem para todos os colaboradores.
- Prática e personalizada: reuniões para tirar dúvidas e aprofundar o acolhimento.
Não dá pra assumir que você irá conseguir passar tudo durante uma sessão de onboarding online, por exemplo.
Onboarding é um processo não um evento.
Considere usar vídeos e treinamentos assíncronos para as informações e processos que não mudam e não exigem a presença de uma pessoa para apoiar. Esse onboarding digital garante escalabilidade e padronização.
Deixe reuniões e encontros para momentos em que você precisa de pessoalidade e aprofundamento.
Você pode, por exemplo, passar um treinamento digital de 30 minutos e depois agendar uma reunião para ouvir as opiniões do colaborador a respeito do treinamento, tirar dúvidas e aproveitar para criar conexão.
A combinação dessas abordagens ajuda a gerar velocidade e resultados com mais eficiência.
O que é onboarding? 8 dicas práticas para você criar um bom processo de onboarding
1. Comece definindo o porquê de você estar criando um onboarding. Pode parecer óbvio, mas não é.
2. Use os 4Cs do onboarding pra te ajudar a definir o roteiro: Conformidade, clareza, confiança e conexão.
Aqui o meu artigo sobre os detalhes disso.
3. Depois de criado o objetivo e o roteiro, determine como o onboarding vai acontecer. Dê preferência por ferramentas que não exigem que o onboarding seja 100% presencial ou dependa de uma pessoa – vídeos, por exemplo, são um ótimo recurso.
4. Para trazer pessoalidade, você pode dividir o seu onboarding em 2 momentos: um momento virtual focado na parte teórica e um momento de reunião com alguém do time para fazer a parte do acolhimento e aproveitar pra tirar dúvidas.
5. Onboarding é um processo e não um evento: Lembre-se que ele continua acontecendo durante todo período de entrada do novo colaborador. O período de adaptação pode demorar de 30 a 90 dias e é importante que os recursos e ferramentas do onboarding estejam disponíveis durante todo esse período.
6. Não fale tudo, fale somente o que importa pra quem está chegando: Você não vai conseguir passar toda história da empresa, linhas de produto, organograma, regras, processos e tudo aquilo que você quer durante o onboarding. Pra ter um bom resultado, foca nas informações que são centrais e relevantes para que a pessoa possa se sentir acolhida e capaz de começar a trabalhar.
7. Como você não falou tudo, a parte mais importante do seu onboarding é dar instruções de quais os caminhos que o novo colaborador pode fazer para descobrir aquilo que ficou faltando. Empodere ele e considere que ele vai usar os próximos dias para ir atrás das informações, assim ele não fica nem paralisado e nem dependente de você.
Se bem feito, isso aqui sozinho já é um onboarding inteiro – dá instruções e deixa a pessoa ir atrás, medindo o avanço dela com uma boa estratégia de gestão de pessoas. Pesquisas mostram que a gente aprende mais na interação com pares do que em treinamentos.
8. Em geral o onboarding é um processo educacional. Considere contratar uma empresa de educação corporativa para te ajudar a construir a trilha de onboarding da melhor maneira possível. Estrutura, roteiros, vídeos e recursos profissionais vão fazer toda a diferença na experiência desse novo colaborador.
A Versa, inclusive, é uma empresa especializada na criação de treinamentos digitais, inclusive onboarding. Não querendo puxar a brasa para a minha sardinha, mas é verdade. Quando eu fundei a Versa, o principal curso que a gente produzia (e produz até hoje), sempre foi sobre onboarding.
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Resumo para quem não leu:
O onboarding é mais do que jogar um monte de informações na cara do novo colaborador. Ele é um processo sistemático para integrar o funcionário, focando em objetivos claros, como contextualizar cultura, mostrar o impacto do trabalho, promover autonomia e gerar acolhimento. Não adianta empilhar PowerPoints cheios de história da empresa, organogramas ou linhas de produto. O segredo está em apresentar o essencial de forma prática, ajudando o colaborador a conectar ações do dia a dia aos valores da empresa. Dividir o onboarding em etapas teóricas e práticas, combinando vídeos e encontros personalizados, torna o processo mais eficiente, escalável e acolhedor.
Para fazer isso bem, use os 4Cs: Conformidade, Clareza, Cultura e Conexão. Planeje o onboarding como uma jornada de aprendizado que dura de 30 a 90 dias, com foco em dar autonomia ao colaborador para buscar informações. Não fale tudo de uma vez; ensine o caminho para que ele descubra o que precisa por conta própria. Invista em ferramentas digitais para escalabilidade e em reuniões para criar conexões humanas. Um onboarding bem feito não é só um evento, é um processo contínuo que acelera a integração e melhora os resultados.